A Associação dos Delegados de Polícia do Paraná (Adepol) diz que 270 cidades do Estado não tem chefe de polícia. O número parece exagerado, ainda mais quando se sabe que quase 100 municípios paranaenses tem menos de 5 mil habitantes e quase outra centena tem de 5 mil a 10 mil moradores, com índices de criminalidade muito baixos.
Além disso, o último levantamento da Secretaria de Segurança aponta que 43 cidades do Estado sequer registraram mortes violentas no ano passado. Ou seja, o felizardo delegado que por ventura fosse designado para uma destas localidades viveria com salário de quase R$ 20 mil e nenhuma grande preocupação.
Reside aí, portanto, um ótimo exemplo do que representa o corporativismo no serviço público. Pouco importa a quantidade do trabalho que se tenha a fazer, desde que se inche a máquina com o máximo de gente possível para sustentar a existência da corporação, dos sindicatos e organizações assemelhadas que brotam justamente para… defender o espírito de corpo.
Aí cabe outra questão: Se faltam delegados em tantas cidades quanto diz a Adepol, e o portal da transparência do Estado registra que quase 400 destes profissionais estão na ativa, onde toda essa gente está trabalhando.
Governo do Estado acusa a Adepol de agir de má-fé ao cobrar, em outdoors instalados no Paraná, que sejam nomeados delegados concursados para atender a todas as 399 cidades do Estado. Por lei, apenas as cidades sedes de comarca devem ter delegados de carreira. Ou seja, para ter delegado tem que ter juiz e promotor do Ministério Público. No caso paranaense, são 160 comarcas e apenas 13 estão momentaneamente sem titular. As nomeações, no entanto, estão sendo preparadas pelo governo.
“Nunca houve delegados em todas as cidades do Estado na história do Paraná”, esclarece o secretário de Segurança Publica e Administração Penitenciária, Wagner Mesquita. “Onde não há estrutura da Polícia Civil, temos a presença da Polícia Militar. As duas forças atuam em cooperação”.
Para nomear delegados concursados para todas as cidades, com salário inicial superior a R$ 19 mil, o Estado precisaria ampliar em muito os gastos com a folha de pagamentos. “Não há recursos financeiros disponíveis para isso e nem os contribuintes suportariam mais este custo. Há limites de gastos impostos pela Lei de Responsabilidade Fiscal que não podem ser ultrapassados, e um deles é o gasto com pessoal”, completa Mesquita.
Segundo ele, os investimentos feitos pelo Estado nos últimos anos, como a contratação de 11 mil policiais civis e militares e a compra de 3 mil viaturas, “contribuíram decisivamente para a redução da criminalidade”.
O Paraná registrou nos primeiros seis meses de 2017 o menor número de homicídio dos últimos dez anos para o período, com 1.041 casos. Os dados são da Coordenadoria de Análise e Planejamento Estratégico (Cape) da Secretaria da Segurança Pública, que iniciou o levantamento em 2007.
Também houve queda nos roubos (-20,35%) e furtos (-6,24%) ao comércio, roubos em geral (-3,83%), furtos de veículos (-3,76%) e crimes contra a pessoa (-2,62%).
4 comentários
A justificativa do blogueiro/governo que cidade pequena nao precisa de policia é a cara da incompetencia dessa administracao.
Alias, pra publicidade e cargo comissionado nunca falta dinheiro mas sobre isso acho que nunca vai ter postagem aqui.
CHOREI LARGADO,KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK!
Sem palavras para expressar tamanha falácia.
Fabio, você esta conseguindo ser mais ridículo na defesa do Beto Dedé qdo vc defendia o requiao… se há governo, VICE é a favor…
Pare de defender o indefensável!!!!