do Gerson Camarotti, G1
De forma reservada, o Palácio do Planalto reconhece que sofreu um duro revés por não conseguir votar, antes do recesso parlamentar, a denúncia da Procuradoria Geral da República contra o presidente Michel Temer. A votação ficou para 2 de agosto.
Na Comissão de Constituição e Justiça, os deputados rejeitaram o parecer de Sergio Zveiter (PMDB-RJ), favorável ao prosseguimento da denúncia, e aprovaram o relatório de Abi-Ackel (PSDB-MG), pela rejeição da denúncia.
A avaliação no Planalto é que será um risco bem maior para o governo deixar o tema ser analisado somente em agosto.
Apesar do discurso oficial, de que o governou conseguiu uma vitória importante ao derrotar o relatório de Zveiter, o clima no Planalto era de desânimo no início da noite desta quinta.
Há forte contrariedade entre os interlocutores de Temer com o fato de o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, ter rejeitado uma interpretação regimental para reduzir o quórum do início da votação para 257 deputados.
Apesar da pressão do Planalto, Maia manteve o quórum mínimo de 342 deputados para votar a denúncia.
Diante disso, o governo teme o surgimento de fatos novos até agosto. Principalmente, com a possibilidade da homologação das delações do deputado cassado Eduardo Cunha e do doleiro Lúcio Funaro.
“Temer está visivelmente cansado. Há um esgotamento físico de todo esse processo. Ele sabe que risco em agosto é bem maior”, reconheceu um interlocutor.