Fábio Campana

As férias na Câmara de Vereadores dão um descanso em propostas estapafúrdias que surgem dia sim, dia não.
Uma delas, protocolada em 4 de julho pela vereadora Katia Dittrich (SD), quer obrigar eventos culturais musicais realizados em Curitiba a contar com pelo menos 25% de artistas locais.
“A ideia do presente projeto serve justamente para incentivar a participação e divulgação do trabalho de artistas locais, para que possam demonstrar seu talento”.
Além de encarecer espetáculos contratados, a providência pode gerar situações muito constrangedoras, público que compra ingresso para ver determinado artista nem sempre concordará em ser obrigado a assistir apresentação de outro e, menos ainda, ver que seu bilhete terá valor alterado por causa da providência que ele não quer.
Pior, o projeto estabelece que, por artistas locais, entendem-se os nascidos em Curitiba, o que coloca de fora boa parcela dos músicos da cidade que vivem aqui há anos, mas nasceram em outros lugares.
Se esse trem passar e produtores de bom senso desobedecerem quando não encontrarem razão artística para incluir músicos curitibanos nos espetáculos, o descumprimento incidirá nas seguintes sanções: multa de 2 mil Unidades Financeiras Municipais (UFMs), aplicada na primeira incidência; e multa de 4 mil UFMs, aplicada na reincidência.
Tenho como palpite que nem os artistas da terra concordam com a reserva de mercado.