Ricardo Noblat
De surpreendente, de espantosamente surpreendente, de favoravelmente surpreendente, o país assiste desde o início desta manhã à prisão de executivos de grandes empreiteiras suspeitos de terem corrompido ou se deixado corromper no caso do escândalo do desvio de mais de R$ 50 bilhões da Petrobras.
Passe os olhos sobre a nomenclatura das empreiteiras: Galvão Engenharia, Mendes Junior, Queiroz Galvão, Iesa / Iesa Oleo e Gás, Engevix, UTC / Constran, OAS, Odebrecht e Camargo Corrêa.
O número de empreiteiras investigadas chega a 15, segundo a Polícia Federal. Mas, por ora, só há provas robustas contra nove.
O presidente da UTC / Constran foi preso. A Justiça decretou a prisão temporária dos presidentes da OAS e da Camargo Corrêa. O vice-presidente da Camargo Corrêa fugiu.
Um dia desses, li no jornal O Estado de S. Paulo entrevista concedida por Renato Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobras, indicado pelo PT. Duque jurou que a Petrobras está limpa. Foi preso hoje.
É isso, pelo menos até agora, o que tem de diferente o escândalo que ameaça afogar a Petrobras no mar de lama que corre por lá desde o início do primeiro governo Lula. Ou mesmo desde antes.
Dessa vez, tudo indica que não sobrará apenas para arraia miúda – embora seja difícil encontrar alguém miúdo quando se fala da Petrobras.
De curioso: o ministro da Justiça ordenou, ontem, que a Polícia Federal investigue quatro dos seus delegados que postaram elogios a Aécio Neves em um endereço fechado no Facebook. São delegados que comandam a devassa na Petrobras.
O que uma coisa tem a ver com a outra? Nada. O ministro quis lançar suspeição sobre os delegados. Foi isso.
Menos de um dia depois, a Polícia Federal prende e acontece. Registre-se: ela não retaliou o ministro. Apenas cumpriu ordens da Justiça que amadureceram nas últimas semanas.
De todo modo, o ministro poderia ter passado sem essa. Um delegado como qualquer cidadão pode manifestar opiniões políticas.
De preocupante: como Dilma apressará a montagem do seu novo governo se de um momento para o outro, a depender da Justiça, a Polícia Federal poderá fazer e acontecer?
Sabe-se que ultrapassa a casa dos 40 o número de políticos citados como corruptos por Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, e o doleiro Alberto Yousseff. Dilma não conhece os nomes.
Imagine só ela convidar um político para ministro e descobrir mais adiante que ele será processado pela Justiça. Esse não deve ser o maior temor de Dilma, todavia.
Como fica Graça Foster, nomeada por ela para presidir a Petrobras, e que simplesmente ignorava o que se passava ao seu redor? E como fica a própria Dilma, tão ligada como sempre foi à Petrobras?
Antes mesmo de começar, o segundo governo Dilma já sofre forte abalo.
6 comentários
E elas pagavam palestras de Lula (imagine uma palestra de Lula) em países pelai afora. Ele funcionava como picareta de contratos futuros.
Acabou-se o estoque de Diazepan em São Bernardo do Campo.
Caro FÁBIO, como petista que não representa, a presidente DILMA VAGALUME irá manifestar-se e dirá, ” eu não sabia de nada”, e por isso é uma má gestora do país, e por esse motivo deve ser afastada do cargo. Defendo a liberdade de opinião e liberdade de imprensa. Apoio a proposta ” o sul é o meu país”, e proponho o IMPEACHMENT JÁ da DILMA, antes da posse, para evitar mais vergonhas nacionais. Defendo a LIVRE INICIATIVA. Atenciosamente.
Que a justiça seja feita e que a soldada do PT pague pelos seus erros e pare de atrapalhar votações no Congresso em benefício do nosso povo para favorecer o Governo Federal …. cadeia nela
Nada adiantou as matérias pagas em ´radios e emissoras de tv de Curitiba, tentando explicar o inexplicável. É senadora, a lama bateu na bunda.
EXISTE UMA GRANDE DIFERENÇA ENTRE,IR PARA A CADEIA E FICAR NA CADEIA,OLHA OS VAGABUNDOS DO MENSALÃO.
São graúdos, mas, na maior parte dos casos são empregados, funcionários, executivos de alto escalão, regiamente pagos para correr riscos. Já os acionistas e “porpietários” das empreiteiras estão à salvo, brindando em algum paraíso caribenho. Quando estes forema para o xilindró, aí a coisa fica séria. Enquanto isso, é só olhar para o destino dos mensaleiros: quantos ainda estão na cadeia??