Do Ricardo Noblat
Claro que, assim como em outras arenas virtuais, o comportamento de candidatos e militantes no WhatsApp nem sempre é louvável.
Uma das grandes novidades destas eleições foi o uso do WhatsApp. Menos visível e mais difícil de monitorar do que o Facebook ou o Twitter, o impacto do WhatsApp não tem rendido tantas notícias ou controvérsias. No entanto, teve papel fundamental nas campanhas.
O que é o WhatsApp?
O WhatsApp é um aplicativo, desenvolvido para uso em celulares do tipo smartphone, que permite enviar mensagens, gravações de voz e vídeos.
Além disso, o WhatsApp permite uma interação direcionada, por meio da criação de grupos que funcionam como comunidades. Por exemplo, o grupo de pais da turma da sua filha na escola, ou, no caso das campanhas, o grupo de militantes de um determinado bairro ou município.
Graças à facilidade do uso e à ausência de anúncios, o aplicativo já tem mais de 600 milhões de usuários no mundo, dos quais 38 (dados de fevereiro, certamente hoje esse número é maior) estão no Brasil.
E daí?
E como isso pode ser usado nas eleições? Bem, depende do candidato e do lugar onde esteja fazendo campanha. Não há uma fórmula única.
Por exemplo, um dos candidatos a deputado federal na Bahia nestas eleições criou trinta grupos no WhatsApp, cada um deles possibilitando a interação rápida e fácil entre o comitê central da campanha, o candidato e militantes em municípios longínguos. Nesse caso, o WhatsApp foi utilizado principalmente como instrumento de coordenação. A prioridade não era chegar aos eleitores indecisos, mas sim garantir a comunicação fluida e fomentar a sensação de proximidade do candidato com cabos eleitorais espalhados por um território amplo.
Já no caso dos candidatos a Governador do Distrito Federal, o WhatsApp tem sido utilizado com objetivos um pouco diferentes. Em especial, para dar aos militantes munição para o corpo-a-corpo com eleitores indecisos. Isso é feito a partir de mensagens produzidas especificamente para o WhatsApp, com memes divertidos e vídeos curtos que podem ser compartilhados facilmente.
Terra de Ninguém
Claro que, assim como em outras arenas virtuais, o comportamento de candidatos e militantes no WhatsApp nem sempre é louvável. Talvez mais irritante ainda do que ter o feed de notícias do Facebook invadido por propaganda não solicitada, seja ter o celular sequestrado por mensagens indesejadas. O pior é que é complicado fiscalizar e ainda mais atender a eventuais pedidos de retirada de conteúdo.
Uma limitação importante do aplicativo é que os grupos têm número restringido de integrantes. Ou seja, dificilmente o WhatsApp poderá substituir plataformas de alcance mais massivo como o Facebook ou o Twitter.
Cada vez mais, as campanhas terão que pensar cada um desses aplicativos e plataformas virtuais a partir da sua lógica específica de interação com os usuários, criando estratégias e produtos diferenciados para cada uma delas. E, como essas plataformas mudam com rapidez estonteante, certamente teremos muitas novidades nas próximas eleições.
Um comentário
Fico me perguntando aonde que conseguem meu número para fazer essa palhaçada!