Da Folha de S.Paulo:
A cúpula da Câmara está dividida sobre a decisão de abrir ou não um processo de cassação do mandato do deputado licenciado José Genoino (PT-SP), preso desde o dia 15 devido à sua condenação no processo do mensalão.
Dos sete deputados que integram a Mesa e que irão avaliar o caso na terça, três já declararam ser favoráveis ou tendem a apoiar a instauração imediata do processo, incluindo o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). Outros três defendem a tese de que é preciso adiar a decisão, entre eles o vice-presidente da Casa, André Vargas (PT-PR).
O petista prega a necessidade de se esperar até fevereiro, data estipulada pela junta médica da Câmara para reavaliar o pedido de aposentadoria por invalidez feita por Genoino, que tem 67 anos e passou por uma cirurgia cardíaca em julho.
Anteontem a Câmara rejeitou o pedido de aposentadoria imediata, frustrando a expectativa do PT, que esperava a concessão do benefício como forma de barrar o processo de cassação.
Ontem o segundo-secretário da Mesa, Simão Sessim (PP-RJ), disse que pode apoiar um meio-termo que dê a Genoino cerca de 15 dias para que ele decida se vai enfrentar o processo de cassação ou se pretende renunciar, hipótese que ele tem até agora rechaçado a pessoas próximas.
“O Genoino é uma pessoa séria, não pode ser tratado como bandido”, disse Sessim.
Além dele e de Vargas, o quarto-secretário, Antonio Carlos Biffi (PT-MS), também tende a apoiar o adiamento.
Ontem o presidente da Câmara reiterou esperar “que o processo seja aberto na terça-feira”. O terceiro-secretário, Maurício Quintella (PR-AL), disse que também vai apoiar essa proposta: “Não vejo mais possibilidade de adiar a abertura do processo”.
A Folha não conseguiu falar com o primeiro-secretário, Márcio Bittar (PSDB-AC), mas ele é defensor da cassação imediata do mandato dos condenados. A reportagem também não conseguiu falar com o segundo-secretário, Fábio Faria (PSD-RN).
Ontem o advogado de Genoino, Luiz Fernando Pacheco, divulgou nota acusando a Câmara de, por interesse político, ter omitido dados do laudo da junta médica.
Os principais pontos omitidos segundo ele –entre eles o de que Genoino corre risco de ter sua cardiopatia agravada–, porém, foram divulgados anteontem pela Casa.
Um comentário
Nas próximas eleições, mais políticos que não devemos votar, por defenderem os condenados do mensalão…