Golpe? Manobra ilegítima e imoral? Alvo de polêmica, o Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela autorizou nesta quarta-feira o adiamento da posse do novo mandato do presidente venezuelano Hugo Chávez, prevista para a quinta-feira.
A Sala Constitucional da Corte Suprema considerou, por unanimidade, que há uma “continuidade administrativa” da gestão de Chávez por se tratar de sua reeleição. A decisão acompanha a interpretação que vinha sendo defendida pelo governo. A Corte é tida como alinhada ao governo chavista.
A presidente do Supremo, magistrada Luisa Estella Morales, rejeitou a interpretação dada pela oposição venezuelana ao artigo 231 da Constituição, que de o não comparecimento de Chávez à posse significaria sua “ausência absoluta”.
“Não há nem sequer ausência temporária. O presidente solicitou uma autorização para ausentar-se do país por razões de saúde, que lhe foi dada (…). Ontem (terça) a Assembleia Nacional voltou a autorizá-lo”, afirmou Morales, em referência a decisão do Parlamento de que Chávez pode tomar o “tempo necessário” para sua recuperação.
“O Poder Executivo, constituído pelo presidente, vice-presidente, ministros e demais órgãos e funcionários, seguirá exercendo suas funções com fundamento no princípio da continuidade administrativa”, afirmou a magistrada.
Com a decisão, Chávez permanece no cargo e a estrutura do Executivo permanecerá igual. O vice-presidente e o restante do gabinete permanecerão em exercício de suas funções, sem alterações, mesmo depois de 10 de janeiro, quando formalmente termina um período presidencial e começa outro.
Contradizendo parcialmente o governo – que disse que a posse era um mero “formalismo” -, Morales disse que a cerimônia “é um formalismo necessário”, porém “não determinante” para a continuidade do novo período constitucional por se tratar de uma reeleição.
‘Situações especiais’
Na terça-feira, o vice-presidente Nicolás Maduro enviou uma carta à Assembleia Nacional na qual afirmou que Chávez não comparecerá à toma de posse no Parlamento devido a seu estado de saúde pós-operatório.
No documento, o governo pediu ainda que a posse fosse adiada e que o líder venezuelano jurasse perante o Tribunal Supremo de Justiça, conforme prevê o artigo 231 da Constituição. Essa norma trata de “situações especiais” e não determina a data de quando poderia ocorrer a cerimônia.
Para a oposição, no entanto, Maduro (que não foi eleito por voto popular) não pode continuar à frente do governo. Os oposicionistas exigem que o Parlamento declare “ausência temporária” do presidente, o que obrigaria o líder da Assembleia, Diosdado Cabello, a assumir interinamente o cargo.
Os opositores também questionam a independência da Justiça no país.
Cabello, um dos homens fortes do chavismo, rejeita a proposta da oposição e acusa seus adversários de tentarem um novo golpe de Estado.
Na terça-feira, ele chegou a comparar a intenção da oposição com a destituição do ex-presidente do Paraguai Fernando Lugo. “A diferença é que Chávez não é (Fernando) Lugo e eu não sou (Federico) Franco”, afirmou.
Chávez está há um mês sem ser visto em público. A oposição exige que uma junta médica avalie o estado de saúde do presidente para determinar se ele pode ou não continuar no cargo. O Supremo disse que isso, por enquanto, não está previsto.
Apesar da ausência de Chávez, o governo convocou para quinta-feira uma manifestação do lado de fora da sede do governo, Palácio de Miraflores, em defesa do mandato de Chávez, reeleito em outubro. Devem participar do evento o presidente da Bolívia, Evo Morales, o uruguaio José Pepe Mujica, o ex-presidente paraguaio Fernando Lugo e o chanceler equatoriano, Ricardo Patiño.
10 comentários
Quando Tancredo não tomou posse se autorizou a posse de Sarney.
Agora na Venezuela, povo quer, as Forças Armadas querem, o Legislativo quer e o Supremo tambem os apoia, e tem mais, esses “golpistas” ganharam as eleiçoes, com mais de 60% dos votos.
Não vou com a fuça deste Chaves, mas, neste caso, é um absurdo querer tirar o seu cargo por um problema de saúde.
GOLPE, PURO GOLPE DE ESTADO.
Não é golpe e tampouco manobra ilegitima e imoral; é um direito constitucional de um presidente reeleito pela vontade esmagadora do povo da Venezula. Golpistas e imorais é a turma do Capriles.
Eles adiaram a posse de um cadaver que ja foi embalsamado.
Na Venezuela os poderes são irmãos siameses. Então qualquer interpretação que não esteja na constituição é golpe.
QUAL O DESGOVERNO COMUNISTA QUE NÃO É CORRU–PT–O?
complicado isto , tancredo morreu sem tomar posse, assumiu sarney , não deveria ter assumido ulisses
O cucarachismo é uma doença incurável na américa latrina. Os líuderes cucarachas se sentem donos do país, senhores da vontade do povo, sargentos da disciplina popular. O sargento-coronel cucaracho, mesmo na ponta do garfo do cramulhão, não larga o cargo.
Vá brincando, para ver se o mesmo ainda não vai acontecer também aqui pelo Brasil! A Dilma não perdeu tempo, pois já os felicitou!