Criminosos operam de diferentes maneiras no incêndio de coletivos. PM registra 13 ataques na terceira noite de violência em Santa Catarina.
De João Lucas Cardoso e Sérgio Guimarães, G1 SC:
Cobrador de ônibus, Renato de Souza temeu ser a última vez que passasse pelo bairro Caminho Novo, em Palhoça, região metropolitana de Florianópolis. Por volta da meia-noite, na rua Germano Spricigo, o coletivo em que estava foi parado por um grupo de criminosos. Em poucos instantes, seria transformado em ferragem chamuscada e deixaria pessoas feridas e pavor para quem sentiu o calor do incêndio.
“Tive muito medo. Pensei que eles iam nos matar. Trabalhávamos normalmente quando uma moto parou o ônibus. Entrou um homem armado e outro pulou a catraca, espalhou gasolina e mandou os passageiros descerem. Ficamos eu, o motorista e outros dois funcionários de outra empresa de ônibus que estavam com a gente. Eles atearam fogo com nós dentro do carro”, relatou o motorista.
O motorista e um dos passageiros ficaram feridos. “O motorista teve queimaduras nas pernas. Ficou preso ao cinto de segurança e demorou a sair”, completa Souza. Os dois foram levados ao Hospital Regional de São José em estado choque.
O pânico de Renato foi semelhante ao do motorista do ônibus incendiado no bairro Ingleses, em Florianópolis. Ele guiava o coletivo que foi incendiado na estrada Intendente João Nunes Vieira, em frente à igreja Sagrado Coração de Jesus. O condutor, que não quis ser identificado, diz que o medo não foi sentimento único de que estava dentro do veículo.
“Na hora não dá para pensar muito. Na hora em que eu sai, o pessoal da igreja estava também em pânico”, disse o motorista. O ataque ocorreu por volta das 20h. As chamas ainda danificaram dois veículos que estavam estacionados na via. Os Bombeiros usaram quatro mil litros de água para conter o fogo. Segundo o condutor do coletivo, a ação dos criminosos foi diferente dos de Palhoça.
“Quando parei no ponto para saltar passageiros, começou o ataque. Eles já estavam dentro do veículo e disseram ‘Sai fora, sai fora’ e atearam fogo. Estavam no interior do ônibus, um na parte da frente e outros dois atrás. Não estavam encapuzados e acho que o combustível estava escondido na jaqueta, porque eles não entraram com nada na mão. Depois de colocar fogo, saíram correndo e entraram em um carro”, descreveu o motorista.
2 comentários
O nosso país está em Guerra Civil desde a década de 1980…Por que só agora se deram conta?
Pois é Sr. Viezzer e o “governo” desarmou o lado do bem (nós)
agora estamos perdendo a guerra.