De todas as piadas produzidas em Brasília, o Orçamento da União é a menos engraçada. Mais velha que a do papagaio, repete-se todo ano. Começa no Executivo. Passa pelo Legislativo. Termina no seu bolso.
Na teoria, é a programação das receitas e dos gastos do ano seguinte. Na prática, é uma conta que se faz para saber como serão aplicados os impostos que, antes de recolhidos, já foram gastos.
Votado no Congresso, vira lei. Fala-se muito das leis que não pegam. O Orçamento é feito para não pegar. Não é impositivo. É autorizativo. Quer dizer: é uma lei não-obrigatória. Opcional.
O de 2012 foi aprovado pelos congressistas no ocaso de 2011. E os técnicos do Executivo já preparam o corte. No ano passado, a facada foi de R$ 50 bilhões. Neste ano, deve passar de R$ 60 bilhões.
Quem olha de longe confunde com rigor. Bobagem. Quem conhece de perto sabe que, com o passar dos meses, os fatos provarão: no Orçamento da União, o dinheiro continua saindo pelo ladrão.