Do blog do Josias —Ideli Salvatti frequenta o debate sobre o projeto que disciplina os investimentos em saúde pública como uma petista de dois gumes.
Ministra, Ideli desqualifica a proposta que ajudou a aprovar como senadora, em 9 de abril de 2008. Um projeto do colega de partido Tião Viana, hoje governador petista do Acre.
Em entrevista ao repórter Luiz Maklouf Carvalho, Ideli foi instada a comentar o projeto, agora submetido à deliberação da Câmara.
Ecoando Dilma Rousseff, Ideli disse: “Uma melhoria na saúde implica recursos. É inócuo aprovar qualquer coisa que não tenha fonte para apoiar financeiramente.”
Sem esboçar uma autocrítica em relação ao voto que deu no Senado, Ideli comentou a irritação dos deputados com as ponderações levadas às manchetes por Dilma.
“Não adianta a presidenta da República ficar passando a mão na cabeça e dizer: ‘Olha, vocês estão fazendo o correto’. Não estão.”
Recordou-se a Ideli que “uns 50 deputados do PMDB”, partido do vice-presidente Michel Temer, cobram a votação do projeto, a despeito de Dilma.
E ela: “Há vários parlamentares que são de partidos da base aliada, mas votaram no [José] Serra” na eleição presidencial de 2010.
Ideli não deu nome aos bois. Mas decerto se referia aos deputados Darcísio Perondi e Osmar Terra, do PMDB gaúcho.
Eleitores de Serra, Perondi e Terra recolhem rubricas num abaixo-assinado em favor da votação do projeto da saúde. Já aderiram ao documento 58 deputados do PMDB.
Ideli afirma que a causa da saúde “tem servido como cobertura para uma disputa que, todos sabem, há na bancada do PMDB.”
Argumenta que votar o projeto “do jeito como está pode servir para foto, mas não resolve o problema da saúde.”
Na mesma entrevista, Ideli declarou que sua chegada à equipe de dilma “modificou significativamente” o modelo da articulação política do Planalto.
Disse que, antes, tudo era centralizado por Antonio Palocci, ex-chefe da Casa Civil.
O petista Luiz Sérgio, seu antecessor na coordenação política, “tinha autonomia bastante reduzida.” Acrescentou: “O desenho que estava não facilitava o fluxo.”
“E, na política, quando não há fluxo, quando não tem o ir e vir das informações, dos sentimentos e dos encaminhamentos, as ações não se concretizam.”
Entre os “encamihamentos” de que fala Ideli está o “fluxo” das verbas e dos cargos, hoje sob sua responsabilidade.
Sobre a suposta faxina promovida por Dilma, Ideli repetiu a chefe: nada de tolerância com o malfeito. Mas “faxina, como ela disse, é contra a miséria.”
Ideli enxerga no noticiário sobre corrupção um quê de exagero: “O denuncismo não deve ser o centro editorial dos veículos da imprensa…”
“…A impressão que dá é que, para certos veículos, isso virou a razão de ser. Eles não conseguem sobreviver sem o denuncismo…”
“…Como têm de manter isso no foco, acabam sendo levianos, sem embasamento, e, muito pior, sem direito ao contraditório. Já chega disso.”
Perguntou-se a Ideli se está arrependida do apoio que deu a José Sarney, quando o colega de Senado foi à comissão de ética na crise dos atos secretos.
A ministra respondeu que não se arrepende “nem um milímetro” do que fez.
“Aquele era um movimento com o objetivo único e exclusivo de tirar a governabilidade do governo do presidente Lula. Fiz a defesa [do Sarney] em nome da governabilidade.”
5 comentários
Político ficha suja e agora “miolo mole” é a grande maioria.
Esta reportagem demonstra nitidamente que os políticos nem sabem o
que votaram no passado até bem recente … Claro, naquela votação foi
por uma “causa” interessante para ela e agora já até “esqueceu” …
Coitadinha … e ainda é Ministra !!
No Brasil, é comum que interesses de grupos e até de empresas sejam colocados em prioridade, mesmo com o sacrifício das necessidades maiores da população. Na essência, a polemica em relação à fontes de recursos para a saúde, a segurança e a educação, é uma afronta à Constituição no que tange aos direitos fundamentais dos cidadãos e ao papel do Estado.
IDELI, transformando-se, como um Camaleão.
KKKK
O PT fez esse papel – de constranger o governo – durante anos,
ESSA “mulher”??? É A COISA MAIS MAL FEITA DESTE (des)GOVERNO.
Que lástima… que lástima…