Carlos Alberto Pessôa para a Revista Ideias
Nos 20 anos decorridos entre 1964 e 1984 o Brasil transformou-se numa das mais integradas e complexas economias do mundo – leia o livro BRASIL À TOQUE DE CAIXA, do heterodoxo, do provocador Antônio Barros Castro. De lá pra cá esta saudável realidade não se alterou, ao contrário.
– Mas ela pode se alterar?
– Claro; sub speciae aeternitatis tudo muda… Mas daí a dizer, por exemplo, que graças à valorização do Real corremos o risco de desindustrialização vai distância imensa. Além do mais isto significa atirar no inimigo errado, que não é o câmbio, mas as desequilibradas contas públicas.
O que na verdade está a ocorrer é o que o velho Schumpeter batizou com tanta felicidade: mais uma volta no processo de destruição criadora. Inerente ao capitalismo, sua seiva, estimulada pela competição, cada dia mais global. Os consumidores agradecem.
6 comentários
A questão, no fundo, se resume a um país chamado China… este país precisa arrumar emprego para 50 milhões de pessoas por ano, que corresponde ao número de criaturas que deixam o campo para as cidades todo santo ano… para isso vão mandar às favas todas as outras questões, driblando o mundo todo… lá não há restrições ambientais, fiscais, trabalhistas e outras pieguices do gênero… eles precisam crescer e encher a pança e as casas dos chineses com consumo e conforto, pois, sem isso o regime não dura dois anos… liberdade e democracia são luxos para países ricos e com demografia sob controle… o resto é conversa mole pra boi dormitar…
A DIFERENÇA ENTRE O BRASIL E EUA É QUE O “FEDEX” AMERICANO TRANSPORTA MERCADORIA EM EXPORTAÇÃO. JÁ O CORREIO BRASILEIRO TRANSPORTA MERCADORIA IMPORTADA. OU SEJA: SÓ EXPORTAMOS MATÉRIA PRIMA EM GRAND EQUANTID.. VIA PORTO(ALTO CUSTO) E IMPORTAMOS PRODUTOS TECNOLÓGICOS(BAIXO CUSTO DE TRANSPORTE). É O MESMO QUE UM PERNETA DISPUTAR CORRIDA COM UM VELOCISTA.
A desindustrialisação é consequência do câmbio valorisado, que é consequência do fluxo de dólares, que é consequência dos juros altos, que são consequência do descalabro pornográfico das contas públicas, que finalmente são consequência dos desmandos do Governo. Ou seria do desgoverno?????
Como falam besteiras!
É só diminuir um pouquinho o lucro dos “empresários” que a chiadeira recomeça, vão trabalhar vagabundos, parem de invistir a rentabilidade de suas empresas em casas nas praias viagens pros stats e etc….
A valorização do real, é fonte de preocupação.
Temos o exemplo recente da Argentina.
Ficou anos com a moeda valorizada e sucateou sua indústria.
Concordo com o Antonio Barros, a valorização seria muito menor, caso não fôssemos tão dependentes de capital externo.
O desequilíbrio nas contas públicas, e a valorização do Real, são causa e consequência, um do outro.
A tacxa de juros é elevada, atriando mais recursos para cobrir o rombo nas contas públicas. Gerando altos volumes de aplicação vindas de outros países, fazendo baixar a cotação da moeda Americana.
Como efeito colateral, temos uma redução da inflação e um processo lento e gradual de desindustrialização.
EX.
Procure uma Lâmpada de fabricação nacional.
Vai ser difícil encontrar.
Importar da China, é mais barato.
Avisa pro Carlos Alberto que À TOQUE não tem leva acento grave..