Do Josias de Souza, na Folha Online
Dividida, a Executiva nacional do DEM reuniu-se para decidir o que fazer com José Roberto ‘Panetone’ Arruda.
Foram à mesa duas propostas: a expulsão sumária e o processo de rito mais brando. Prevaleceu a segunda opção. Foi aberto um processo disciplinar. Deu-se ao governador ‘demo’ do DF oito dias para a apresentação de defesa.
Decorrido esse prazo, um relator do partido terá dois dias para concluir se o caso é de advertência, suspensão ou expulsão. Marcou-se para 10 de dezembro nova reunião da Executiva, a quem caberá decidir o que fazer com o filiado-problema.
Assim, o DEM, que sangra ao lado do cadáver político de Arruda desde a última sexta (27), mantém-se nas proximidades do esquife por pelo menos mais dez dias.
Durante a reunião da Executiva, o presidente do DEM, Rodrigo Maia, nomeou como relator do processo contra Arruda um deputado obscuro: José Carlos Machado, de Sergipe.
Meia hora depois de ter abraçado a missão, o deputado Machado renunciou à relatoria. Uma evidência das dificuldades do DEM em lidar com a crise.
Adeptos da expulsão relâmpago, o senador Demóstenes Torres e os líderes Agripino Maia (Senado) e Ronaldo Caiado (Câmara) foram batidos pela maioria.
Para Demóstenes, a expulsão sumária está prevista nos estatutos do DEM como antídoto para transgressões graves.
“Se esse caso do Distrito Federal não tem gravidade, não sei mais o que é grave”, diz o senador.
Caiado achava que, livrando-se imediatamente de Arruda, o DEM se diferenciaria de outras legendas que, ao dar de cara com escândalos, piscaram.
Agripino acreditava que o episódio do DF, por grave, merecia resposta mais vigorosa.
“O que podia ser votado hoje, será procrastinado por mais nove dias. Nove dias a mais de agonia”.
A ala dos defensores do rito processual mais brando –o presidente Rodrigo Maia à frente—argumenta que é preciso preservar o direito de defesa de Arruda.
Alega que a expulsão em velocidade de raio, por inconstitucional, poderia ser questionada na Justiça.
É de perguntar: se a vacina é inconstitucional, por que diabos o DEM a conserva na prateleira do estatuto?
O rito sumário foi adotado pelo DEM numa fase em que o partido ainda atendia pelo nome de PFL.
Deu-se num instante em que a legenda desejava livrar-se de Hildebrando Pascoal, aquele ex-deputado do Acre que tratava os rivais a golpes de motosserra.
Mais recentemente, o rito sumário foi adotado contra Edmar Moreira, o deputado do castelo. Para Arruda, às voltas com um castelo de cartas podres, serviu-se um refresco.
4 comentários
O QUE SABERÁ ARRUDA???
AGUARDEM OS NOVOS CAPÍTULOS DA NOVELESCA SÍNDROME DO PANETONE ATUCANADO!!!!!!!!!!!!!!!!!
Mais vale uma Arruda atrás da orelha do que um Arruda na política.
Por falar em Arruda, SAI AZAR!!!!
É o Medo de ele abrir a Boca e contar todo o Esquema!
Vai respingar em muita gente.
Me disseram em Brasilia que o DEM quer mesmo é ver até onde vai a lealdade do PSDB. Dependendo – finalmente – o MENSALÃO DO PSDB – vai ser ESCANCARADO disse o jornalista – pelos que eram aliados….
Pois é.