Via Fernanda Leitóles, da Gazeta do Povo
Os servidores da Sanepar de Curitiba realizaram assembleia hoje e aprovaram o indicativo de greve. Se não houver acordo com o governo Requião, a paralisação começará no dia 26 de outubro.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Saneamento das regiões Oeste e Sudoeste, Sul e Leste do Paraná (Saemac), Gerti José Nunes, a principal reivindicação dos colaboradores é de que sejam pagos os valores da participação dos lucros da empresa.
Segundo Nunes, o pagamento não foi feito porque há um decreto do governo estadual proibindo o repasse desses valores aos funcionários.
Além disso, os trabalhadores querem que haja maior abertura nas conversações com os acionistas privados, visto que a Sanepar é uma empresa de economia mista.
Outro lado
A Sanepar informou que o referido decreto do governo estadual tem força de lei e proíbe o pagamento da participação nos lucros aos trabalhadores. De acordo com a empresa, isso ocorre porque o decreto não permite o pagamento no caso de estatais que possuem dívidas com o governo.
O impasse teria começado em junho desse ano. Na oportunidade o governo tentou transferir uma dívida de R$ 740 milhões da Sanepar para aumentar a participação no capital da empresa. No entanto, um acionista particular entrou na Justiça e conseguiu uma liminar para pedir a transferência. Então, o governo considerou que os R$ 740 milhões são dívidas da Sanepar para com o estado.
O estado fez o repasse do referido montante para a Sanepar entre 1998 e 2000, tratava-se de um repasse do Tesouro para a estatal.
A Sanepar informou ainda que reconhece a reivindicação dos trabalhadores, mas está impedida de fazer o pagamento.
A reportagem entrou em contato com a Procuradoria Geral do Estado, mas não obteve retorno.
Greve
Caso a greve seja iniciada, pode haver prejuízos dos serviços das áreas de manutenção, abastecimento, leituras das faturas, entre outros, segundo o sindicato. A Sanepar possui aproximadamente 2,2 mil colaboradores em Curitiba e região metropolitana. Já em toda a área de cobertura do sindicato são cerca de três mil servidores.
Um comentário
Esse pessoal do SAEMAC não tem apoio dos trabalhadores. As assembleias tem pouca participação. As ameaças de greve também. Em 2007 fizemos greve e fomos na onda deles. Fizeram um acordo diferente do que haviam decidido os trabalhadores em greve. Eles apoiaram politicamente o governo Requião. Isso é joguinho para empurrar com a barriga o problema. Estão criando palco para o Requião jogar a opinião pública contra o trabalhador, como sempre ele gosta de fazer. Os sindicatos diferenciados verificaram que a dívida com o estado não está registrada contabilmente, portanto sua existência é questionável. Jogo sujo da diretoria. Enquanto isso criam vagas onde não existia no planejamento para praticar nepotismo cruzado.