O otimismo de alguns é comovente, mas temos mesmo é de viver na realidade. Sem querer deprimir foliões e ufanistas, recomendo a leitura do livro de Reinaldo Gonçalvez em parceria com o também economista Luiz Filgueiras. Professor do Instituto de Economia da UFRJ, Gonçalves diz que o trabalho pretende esclarecer a esquerda “perplexa” e todos interessados em entender para onde vai o Brasil.
Contrariando o otimismo oficial, Gonçalves mostra que a vulnerabilidade externa do Brasil não diminuiu: a redução que se aponta decorre do contexto internacional , que, caso mude, fará o Brasil piorar mais do que a média dos demais países. O Risco Brasil permanece entre os cinco mais altos do mundo e, com a turbulência de agosto, saiu de 143 pontos para 213 pontos.
O Brasil passa por “reprimarização” da pauta de exportações e caminha para uma especialização retrógrada. “O País só tem competitividade em produtos agrícolas e minerais. Há uma desindustrialização relativa ao resto do mundo.”