Lembrar é viver: “Ou o preço do pedágio abaixa, ou o pedágio acaba”, prometia o candidato Roberto Requião antes de virar governador.
Ora, pois, a edição que circula hoje do Diário Oficial do Estado traz publicada a lei estadual 15.607, sancionada por Requião, que regulariza e garante a isenção de pagamento de pedágio aos veículos emplacados nas cidades paranaenses onde existem praças de pedágio.
Ficou feliz, eleitor? Os hidrófobos da comunicação palaciana também. O sítio de notícias do governo do Paraná contava vantagem já na sexta-feira.
Dizia que “a isenção deve beneficiar os proprietários de mais de 430 mil veículos — o equivalente a 11% dos 3,8 milhões de automóveis registrados no Detran — emplacados em 27 municípios onde estão instaladas praças de pedágio”.
Correto? Nem tanto. A Federação de Transportes e Cargas do Estado do Paraná, a Fetranspar, alerta que a isenção livra alguns do pagamento em prejuízo de outros. Nada impede as concessionárias de repassar a perda de receita aumentando as tarifas.
Assim que publicada a lei, a Fetranspar entrará com ação na justiça exigindo que o governo subsidie o benefício assegurado na nova lei. Requião terá que pagar a diferença. Algo como o que a prefeitura de Curitiba faz com o transporte coletivo para manter a tarifa de ônibus baixa.
Hoje, portanto, cairá mais um abacaxi na mesa da procuradora-geral do estado, Jozélia Broliani. Um daqueles bem ácidos, que só Requião sabe cultivar.
Nas rodas de Direito, o assunto virou piada. Garantem que a lei não se sustenta. Que não passa de outra peça de marketing político mal elaborada.
O que faremos, nós, paranaenses, que não utilizamos carro oficial custeado pelo Estado? Comam brioches, parece dizer o Duce.
Um comentário
Se o governo pagar aquela ajudinha pros pedágios… hã… não é o povo que vai continuar pagando?