Requião aproximou-se do ministro Franklin Martins que conversava com o prefeito Beto Richa e perguntou.
– Por que você não conversa com a gente?
Martins, sem saber da dissensão entre Requião e Richa, respondeu:
– Estou falando com o dono dos votos de Curitiba.
– Pois então deveria falar comigo, retrucou o Duce com a irritação costumeira quando se sente desprestigiado.
Martins, homem educado, urbano, deu as costas e continuou a falar com o prefeito, enquanto Requião se afastava cercado pelo séqüito de áulicos.
Foi ontem, durante o evento promovido para o presidente Lula colocar a sua marca nas obras e recursos do PAC no Paraná.
O prefeito Beto Richa não quis comentar o incidente e procurou aproveitar melhor o tempo de conversa com Martins, que continuou curioso sobre a reação tão agressiva e destemperada do Duce.
Nada que surpreenda. Há até quem tente estudar as motivações do comportamento de Roberto Requião. O último trabalho fala sobre os efeitos da convivência e talvez se referisse ao esporte preferido do governador que é o hipismo rural.
É mais convincente a tese de que Requião adotou esse comportamento porque admira e imita os caudilhos nacionalistas, a ponto de tecer loas em favor de Hugo Chavez, o presidente da Venezuela que também gosta de bravatas.
Ora, pois, desempenha o papel muito bem, principalmente no que diz respeito ao traço autoritário. Talvez se sinta um personagem épico destas paragens sub-tropicais. Mas é cada vez maior o número de pessoas que o consideram apenas hípico. Uma figura a quem a história há de reservar boas páginas para narrar essa comédia de equívocos em que se envolveu o Paraná.
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