O inicio deste mandato de Requião tem sido, no mínimo, uma enorme confusão, quando não assume os contornos de comédia de equívocos.
A vitória magra, estreita, por apenas dez mil votos, estragou o fígado do governador, que esperava aclamação geral traduzida em vitória incontestável, por larga margem.
Inconformado com a quase derrota para o senador Osmar Dias, Requião procura culpados e aumenta as hostilidades para fazer os paranaenses esquecerem de sua desastrosa campanha.
Esse clima de vendeta, agravado pela enxurrada de denúncias de corrupção no mandato anterior, gerou a impressão de que este mandato recém iniciado caminha para o final. O que não é incomum em mandatos consecutivos.
A reeleição, em nossa cultura política, provoca essa sensação de que o governo só prolongou a sua agonia. É a síndrome da reeleição. Um dos sintomas clássicos é a incapacidade do governo de se renovar e a continuidade do desgastar-se pelas injunções do período anterior.
Pasmem. O governo mal começou e o que se vê é um governo na defensiva, procurando evitar a expansão de escândalos de corrupção. Todo o esforço político tem sido o de evitar investigações externas e de desmentir as denúncias que, no mais das vezes, surgiu de dentro do próprio governo.
Há uma longa série de casos não explicados. O mais estridente é o da Sanepar e seus generosos aditivos pagos a empresa Pavibrás. Assunto não falta e o governo se contenta em comemorar o seu sucesso na operação abafa-escândalo que tem evitado a instalação de CPIS na Assembléia Legislativa.
Essa atmosfera de final de feira, com seus odores de putrefação, tem incentivado o lançamento cediço de candidaturas à sucessão. Nem por isso a caterva palaciana percebe que os tempos mudaram.